As uveítes podem ser classificadas de acordo com o local de aparecimento da inflamação.
Dessa forma, temos quatro divisões:
– Anteriores;
– Posteriores;
– Intermediárias;
– Difusas.
As uveítes anteriores acometem o segmento anterior, incluindo irites, ciclites anteriores, iridociclite e ceratouveítes. Nesses casos, a inflamação é demonstrada através dos precipitados ceráticos, das células na câmara anterior e no vítreo anterior. Alterações irianas, como atrofias, podem ser encontradas.
As uveítes posteriores acontecem na retina e/ou coroide, não importando o número de focos e a quantidade de lesões.
As uveítes intermediárias afetam a periferia retiniana (pars plana) e o vítreo, apresentando curso crônico e arrastado. São caracterizadas pela presença de grumos inflamatórios no vítreo inferior, snowballs. Quando a inflamação se estende, formando placas sobre a região da pars plana, ganha o nome de snowbank.
Já as uveítes difusas ou panuveíte acometem todos os seguimentos oculares, causando baixa severa da acuidade visual.


Outra característica das uveítes é a etiologia. Elas podem ser endógenas, quando têm origem no próprio corpo, como translocação de micro-organismos ou autoimunidade. Já as de origem exógena estão relacionadas a traumas e cirurgias.
Outra característica peculiar das uveítes é a patologia. Segregam-se essas enfermidades em granulomatosa e não granulomatosa. Essa divisão é interessante, uma vez que, devido ao exame biomicroscópico com a lâmpada de fenda, há possibilidade de análise dos precipitados ceráticos (PKs), que permitem, muitas vezes, essa diferenciação. Os PKs granulomatosos são formados por células epitelioides, macrófagos, grandes e acinzentados. Eles são indicativos de processos crônicos, insidiosos e recidivantes, sendo o segmento posterior frequentemente acometido. Os exemplos mais frequentes são a sarcoidose, uveíte associada à esclerose múltipla, toxoplasmose, Harada, sífilis, tuberculose, facoanafilaxia e oftalmia simpática. Infelizmente não é possível afirmar a origem granulomatosa ou não granulomatosa através de exames clínicos. A confirmação é sempre anatomopatológica.
Os precipitados ceráticos não granulomatosos apresentam–se finos e brancos, formados por linfócitos, plasmócitos e eosinófilos, e são os mais frequentes. Diferentemente dos PKs granulomatosos, pouco ajudam nos diagnósticos diferenciais, visto que podem ser encontrados em quaisquer inflamações.
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